Conheça os perigos da “Hidrolipo”

A Hidrolipoaspiração – popularmente conhecida no Brasil como Hidrolipo, Lipolight ou Hidrolipotumescente – tornou-se um dos procedimentos estéticos mais procurados no país pelo baixo custo e aparente facilidade de realização. A técnica vem sendo divulgada, inclusive, como a “Lipo da Hora do Almoço” ou, ainda pior, “a nova sensação entre as top models americanas”. Ao contrário do que muitas pessoas pensam esta suposta “facilidade” e “simplicidade” está associada a um procedimento com inúmeros riscos realizado muitas vezes por profissionais não capacitados e em ambientes totalmente inadequados, como estéticas ou consultórios médicos sem a devida liberação da vigilância sanitária para tal.

Conceitualmente, a lipoaspiração nada mais é do que a retirada de gordura localizada por meio da aspiração da mesma após a devida infiltração de solução (soro fisiológico ou ringer lactato) com determinados fármacos (como anestésicos locais, adrenalina, hialuronidase, dentre outros). Assim, praticamente toda a Lipoaspiração é uma Hidrolipoaspiração. Podemos calcular ainda a quantidade de líquido a ser infiltrado em relação a quantidade de gordura que pretendemos retirar, sendo então dividas em técnicas úmida, superúmida ou mesmo tumescente. Na realidade, não temos nenhuma “novidade” aqui, muito pelo contrário, apenas variações de técnicas consagradas mundialmente.

Podemos ainda realizar procedimentos de lipoaspiração com o intuito de retirar quantidades bem menores de gordura, inclusive sob anestesia local em ambiente hospitalar, o que se difunde como minilipo ou lipo-light. Todas essas técnicas nada mais são do que variações de uma lipoaspiração convencional, mas com nomes mais “atraentes” e “enganosos”.

A “hidrolipo” é tida, muitas vezes, como uma alternativa mais econômica por ser realizada no próprio consultório para, assim, eliminar as despesas de hospital e anestesista. No entanto, este procedimento é dividido em etapas e cada uma tem um custo que se somado pode ultrapassar os custos de um procedimento tradicional. Isso tudo além de aumentar o risco pela maior exposição do paciente a sucessivos procedimentos.

Segundo uma resolução do Conselho Federal Medicina de 2003 que estabelece parâmetros de segurança que devem ser observados nas cirurgias de lipoaspiração, a técnica de lipoaspiração é válida e consagrada dentro do arsenal da Cirurgia Plástica, com indicações precisas para correções do contorno corporal em relação à distribuição do tecido adiposo subcutâneo.

As cirurgias de lipoaspiração não devem ter indicação para emagrecimento. Também há necessidade de treinamento específico para sua execução, sendo indispensável a habilitação prévia em área cirúrgica geral, de modo a permitir a abordagem invasiva do método, prevenção, reconhecimento e tratamento de complicações possíveis. Segundo a resolução, as cirurgias de lipoaspiração devem ser executadas em salas de cirurgias equipadas para atendimento de intercorrências inerentes a qualquer ato cirúrgico.

Assim, toda a lipoaspiração, mesmo com volumes pequenos de gordura a ser retirada, deve ser executada por profissional habilitado (Cirurgião Plástico credenciado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica – SBCP e/ou Conselho Federal de Medicina – CFM ) e em ambiente adequado, ou seja, bloco cirúrgico devidamente equipado. A “hidrolipo” é uma lipoaspiração normal e requer todos cuidados necessários pré-operatórios, anestésicos e pós-operatórios. Sobretudo deve ser realizada por profissional habilitado. Confira SEMPRE se seu médico é realmente Cirurgião Plástico Especialista pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e Conselho Federal de Medicina.

Conheça os perigos da “Hidrolipo”